Talvez um dia consiga perceber algumas coisas que hoje não me fazem grande sentido... É estranho o calor humano, a confiança, os olhares... ao mesmo tempo, sinto-me recebida como se voltasse para casa, de surpresa, numa noite de Natal... Parece sempre o primeiro enontro, a primeira palavra, o primeiro beijo, o primeiro dia... sinto que é sempre especial de cada vez mais... ainda assim não entendo porquê. Talvez faça parte de novas fases de aprendizagem e de estabilidade mas hoje, mas estável que nunca, não consigo reagir impulsivamente à irritção, talvez a primeira lição seja o auto-dominio... basicamente (tinha que vir a parvoice),sinto-me uma emigrante que volta às origens.. mas a origens que não tinha, regresso sem nunca ter partido de cá e com saudades de pessoas que nunca vi... e é tudo tão estranho que parece que os outros (pessoinhas como lhes chama a minha amiga nanda) nada têm a ver com isto tudo... parecem invisiveis (mais: desprezíveis) com comportamentos tipicos do seu nivel (pequenino pequenino) mas se noutras alturas isso era terrivel, hoje em dia é apenas incómodo e passa rapidamente... talvez seja só mais uma aprendizagem... como m disse há pouco tempo alguem (pessoinhas...) "escolheste um caminho..." e eu assumo que sim... diferente, novo, confortável e mais feliz que nunca... é tão estranho... mas é bom e ainda bem que sempre me tentaram ensinar coisas que não quis aprender porque como dizia (o Grande ) José Régio:
"Ah! que niguem me dê piedosas intenções,
que ninguem me peça definições,
que ninguem me diga «vem por aqui!»
a minha vida é um vendaval que se soltou
uma onda que se levantou,
um átomo a mais qu se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou...
sei que não vou por aí..."