segunda-feira, maio 14, 2007

Nada mais que isto...




Um soldado da GNR matou anteontem à noite, a tiros de revólver, a ex-namorada, de 21 anos, em Forte da Casa, Alverca, Vila Franca de Xira. O crime ocorreu segundos depois de o militar ter tentado, sem sucesso, alvejar um colega de escola que a jovem – filha de um militar da Brigada Fiscal da GNR – transportava no carro. Depois, encostou a arma à cabeça e tentou o suicídio.O autor do crime, Carlos Borges, de 33 anos, estava ontem à noite em estado muito grave. “Foi decretada morte cerebral. Mas ainda existem sinais vitais”, disse ao CM fonte policial.O soldado alistou-se na GNR em 1999 e prestava serviço na Póvoa de Santa Iria há cinco anos.Ao que o CM apurou, o namoro com Cláudia Sofia Charais, a jovem falecida, tinha começado há três anos. “Eles davam-se bem e nunca houve conflitos”, disse ao CM um familiar da vítima do crime.No entanto, há cerca de um mês, o namoro entre os dois terminou. E a partir desse momento Carlos Borges transformou-se numa “sombra” da ex-namorada. Estudante na Escola Secundária de Alverca, Cláudia Sofia foi várias vezes perseguida pelo ex-namorado. Na terça-feira à noite, familiares da jovem acreditam que Carlos Borges a tenha perseguido de novo. “Ela regressou a casa pelas 22h40 e deu boleia a um colega residente em Forte da Casa”, referiu o mesmo familiar.Cláudia estacionou o carro na rua da Bélgica, no bairro Soda Póvoa, em Forte da Casa, a cerca de cem metros da residência do amigo. Pouco depois, Carlos Borges chegava ao local, conduzindo um carro emprestado.Sem que a ex-namorada se apercebesse, o militar aproximou-se do Peugeot. “Empunhando um revólver calibre .357, legal e registado em seu nome, o guarda disparou o primeiro tiro no lado do pendura. A bala passou rente à cabeça do amigo de Cláudia Sofia e foi cravar-se num poste de electricidade”, explicou fonte da GNR.De imediato se instalou o pânico. Os dois jovens saíram do Peugeot e, no meio da confusão, Carlos Borges disparou três tiros contra o pescoço de Cláudia Sofia, que teve morte imediata. Só depois o soldado da Póvoa de Santa Iria usou o revólver para dar um tiro na têmpora.Populares chamaram de imediato os bombeiros. Cláudia ainda foi transportada para o Hospital de Vila Franca de Xira, onde lhe foi decretado o óbito. O amigo recebeu assistência no mesmo hospital a surdez temporária e teve alta pouco depois. Carlos Borges passou também pelo Hospital de Vila Franca, mas foi logo transferido para o Hospital Garcia de Orta, em Almada.A Brigada de Homicídios da Polícia Judiciária investiga o crime.