terça-feira, dezembro 02, 2008

sou uma pessoa que tem nervos...


após ausência de 6 meses destas andanças... eis que estou de volta... então... devo desde já avisar quem estiver interessado que a minha password do hotmail e do hi5 foi mudada não sei por quem, pelo que não tenho acesso... por isso, tudo o que possam ser email, pedidos, convites, etc, vindos desse endereço, não estão a ser enviados por mim...
(de facto só a mim...)
entretanto, vou só deixar aqui um poemazinho do fanã (só naquela do romantismo - caracteristica que quem me conhece sabe que me é inerente, lol), que é o seguinte:


O que há em mim é sobretudo cansaço
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

(Álvaro de Campos)

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