sábado, junho 06, 2009

Para sempre


Dia 1 de Junho de 2009... vem-me à memória o seguinte diálogo:
19:36 toca o telefone...
AR: estou...? Isabel... onde estás...?
eu: em Tomar... estou a caminho de Leiria... só chego aí ao final do dia mesmo...
AR: estás sozinha agora...?
eu: não... porquê? já foi não foi...?
AR: sim... mesmo agora...
(silêncio...)
eu: ok... beijo... obrigada...
(respiro fundo... meto uma 3ª para puxar um pouco o carro... "Rita tens um cigarro...?")
pego no cigarro enquanto escrevo uma mensagem para um amigo... "A nanda morreu oh meu deus"
rejeito 3 chamadas e o carro da frente pára... "sei que custa... os meus sentimentos... nós levamos a rita, vai para casa..."
entro na estação de serviço...:
"são 3 maços de john player preto por favor... obrigada, boa tarde... vamos seguir...? temos que lá estar as 21h... não não quero ir para casa... podemos seguir...?"
e foi isto que realmente aconteceu naquele dia...
hoje...
ui... tanta coisa a dizer deste ano inteiro sem ti... tantos pontapés, tanto estalo na boca que já levei por não te ter... ~tantos telefonemas que precisei de fazer... tantas vezes que precisei de ouvir "oh Isabel... mas tu andas a gozar com esta merda...?"
Tantas coisas que aconteceram... tantas... e tu aí... algures... e no dia 1, estava eu a ir para o hotel no funchal e a rádio decidiu passar às 19h30 esta musica...

"Não posso deixar que te leve
O castigo da ausência,
Vou ficar a esperar
E vais ver-me lutar
Para que esse mar não nos vença.
Não posso pensar que esta noite
Adormeço sozinho,
Vou ficar a escrever,
E talvez vá vencer
O teu longo caminho.

Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua.
Leva os meus braços,
Esconde-te em mim,
Que a dor do silêncio
Contigo eu venço
Num beijo assim.

Não posso deixar de sentir-te
Na memória das mãos,
Vou ficar a despir-te,
E talvez ouça rir-te
Nas paredes, no chão.
Não posso mentir que as lágrimas
São saudades do beijo,
Vou ficar mais despido
Que um corpo vencido,
Perdido em desejo.

Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua."

Pedro Abrunhosa

(sem mais palavras que não... "saudades...")
Esta foi a flor que não coloquei na tua única jarra... deitei ao rio... no fundo do curral das freiras, na madeira...

2 comentários:

Cenas de Gaja disse...

Xi-Coração...

Beijos
Rita e Di :-)

Anónimo disse...

Era para escrever algo mas arrependi-me e remeto-me ao silêncio. Bjo (Sandra)