quinta-feira, setembro 24, 2009

há tanto tempo... e tão pouco...


correndo um risco consciente de me repetir (como disse Platão "vale a pena repetir muitas vezes as coisas belas"), escrevo novamente para mim... sobre ti...

dizer que já não sei que dizer mais... há tanto por dizer... tanto para lembrar... que a tua gargalhada me perseguirá para sempre...

Mais do que a tua pele baça... e os teus olhos amarelos e tristes...
mais do que a almofada redonda do Porto em que mexias compulsivamente...
mais que os sacos... que a morfina... que a almofada, que o cabelo apanhado sempre igual...

Há uma luta (e um luto) que aqui fica... há um amor que nunca passa. uma saudade que nunca vai embora...

Mais que os teus gritos... que as tuas mensagens... que os cafés no LNEC (à hora do teu trabalho e das minhas aulas) como dizia a voz off em 2005, "há qualquer coisa no ar..."...e há um café central... e uma casa de pasto e um café puro que têm a ousadia de continuar (sem ti...) e nós também...

há um cheiro... uma memória das tuas mãos pequeninas... há sempre em qualquer lado um cabelo aos caracóis numa mulher gordinha e baixinha que me faz olhas duas vezes (que estupidez...)

há sempre este meu/nosso feitio... esse tom de voz irritado... esse "tu andas a gozar com esta merda"...

há tudo isto e não há na(n)da... há tudo isto e uma saudade que não passa... em todos os momentos te imagino... mais: vejo-te... ouço a tua crítica, a tua forma diferente de fazer... falta o telefone, a mensagem, os olhos esbugalhados a ralhar e... acima de tudo... falta a amiga... a companheira... a defensora...

Como podemos passar com e sem tudo isto...?

como? alguém que me explique porque eu... um ano, três meses, 23 dias e 6 horas depois ainda não consegui perceber...

2 comentários:

RT disse...

Momentos há, em que nada faz sentido, sem ti... Em que andar a 200/hora, não faz desaparecer a realidade de que não estás lá... E a tamanha falta que nos fazes...

Cenas de Gaja disse...

Daqui para aí, um xi-coração de quem não imagina o que estás a sentir... mas está aqui, sempre e quando quiseres.

Beijos,
Rita e Di :-)